A grande virada

Não, eu não ganhei a Mega da Virada. E o que isso significa? Que vou ter de continuar me virando para sobreviver. Mas o importante é remar sem deixar o barco virar, porque pode ser que ele vire, também pode ser que não, como diz o Lulu — o cantor, não o aplicativo. Porque nessa vida, cada um se vira como pode, seja nos 30 ou nos quarenta e cinco do segundo tempo. Por muito tempo, por exemplo, o Ney Matogrosso se virou com “O Vira”; os Mamonas Assassinas, com o “Vira-Vira”; o Fluminense, de virar a mesa; e há ainda quem sobreviva de “vira-vira-vira-virou...”. O que é normal, afinal tem até aeroporto que Viracopos. Eu mesmo passei a virada virando algumas latinhas. Mas decidi tirar o pé do acelerador, porque este ano quero dirigir a minha vida. E vamos combinar: bebida e direção descombinam. Dirigir os próprios rumos é o primeiro passo para se livrar do complexo de vira-latas cantado por Nelson Rodrigues. Portanto, 2014 ser o ano do vira: virar a cara para o que não convém; virar a mesa quando necessário; virar bicho para defender os meus. O resto é com o futuro que virá.