Super Size Me
Quando o sol se pôs no domingo, eu estava no meio da rua com a Isa. "Mais um dia que se vai", pensei alto, olhando para a bola de fogo que se cobria ao longe, num espetáculo de beleza mágica. "Não, pai. O sol está se preparando para viajar para o Japão", respondeu ela, me fazendo enxergar outra maneira de ver o fim do dia. Confesso que detesto o fim do domingo (para mim, fim de domingo vem embalado com musiquinha do Fantástico, que eu detesto). Lembrei de algumas obrigações da segunda-feira. A primeira delas veio via Embratel. Um telefonema do departamento de Recursos Humanos da empresa me lembrava dos exames que tinha de fazer. "Ou faz hoje ou terá complicações", alertou a moça. Por isso cheguei antes do horário marcado. "Quais as doenças que já teve na infância?", quis saber o doutor, mal coloquei o pé na sala. "Acho melhor o senhor perguntar as que eu não tive", respondi. "Então tá: quais as doenças que você não teve na infância?", refez a pergunta. "Eu tive todas", tentei descontrair. Não sei se ele entendeu desta forma, porque depois disso foi extremamente técnico. Quando mediu a minha pressão, quase cai pra trás. Depois que me disse o resultado, eu quase caio pra frente. 16 por alguma coisa (o alguma coisa não deu tempo anotar, porque fiquei preocupado com a sua fisionomia). "Você está apreensivo com alguma coisa?", questionou, tentando descobrir o motivo para a pressão alta. "Até o senhor dizer a minha pressão, não". "Estou falando sério, rapaz". "E eu queria estar brincando". "Bom, o fato é que você terá de se afastar do sal e das comidas gordurosas. E pra ser honesto, fuja até de olho gordo". "De olho gordo?", me espantei. "Estou brincando", riu. Mas eu levei a sério. Por isso, a partir de hoje, abandonei até a leitura de Francis Bacon. Tudo pela saúde. Este é o cheese da questão. Saí do médico altamente pressionado. E impressionado. Ainda estava aéreo quando me sentei para almoçar. Confesso que na escolha do prato, fiquei na dúvida entre a feijoada, o chambaril e ravioli aos quatro queijos. Na indecisão, coloquei um pouco de cada um. Mas pedi uma Coca Zero.
This entry was posted on 24 de setembro de 2007 at 5:25 PM. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.
# by Anônimo - 6:54 PM
Nealdo de meu Jesus, eu tenho horror a fim de domingo e musiquinha do Fantástico, sem exagero me dá até vontade de chorar, juro! É um inferno, uma depressão só, até dormir mal eu durmo, mal dos ansiosos, na segunda de manhã já tô ótima, mas o a noite de domingo é cruel! kkkkkkkkk
Ana Paula
# by Carlos Nealdo - 9:33 AM
Pois é, Ana Paula. Pior do que a musiquinha do Fantástico é ver a dupla Pedro Bial e Gloria Maria numa disputa de egos. E pior é depois do Fantástico, que ressuscitam Charles Bronson e cia limitada. É o fim da picada!
Beijos.
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