O Gosto dos Outros
"És uma extraordinária quantidade de mulheres. Quando me vieste pedir não sei que para o Natal, eras uma. Depois, em um só dia, ficaste duas, muito diferentes da primeira. Desejei ver qualquer das três e levei à casa do padre um bacharel que vendia livros. Apareceu-me outra. Daí por diante o número cresceu, cresceu assustadoramente. Na sexta-feira, antevéspera de tua partida, encontrei pelo menos vinte. No sábado, em nossa casa, havia uma na sala, outra na sala de jantar, dez ou doze ao pé da janela. És multidão. Como me poderei casar com tantas mulheres? O pior é que todas me agradam, não posso escolher..."
*Trecho da segunda carta de Graciliano Ramos a Heloísa, escrita em 18 de janeiro de 1928.
This entry was posted on 1 de junho de 2009 at 12:36 PM. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.
# by Arquilene - 8:19 PM
Isso é o que? Amor? Ou organização harmoniosa de palavras bem ditas? Só sei que é boca e olhos, cheios de água.
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