As Contas de aljôfar
“O prefeito apanhou o livro que dormia sobre o balcão, folheou páginas alheias e parou diante de um determinado trecho – o que procurava com afã. Aguçou o olhar franzindo a testa, como se estivesse enfim achado o milagre que tanto buscava nas Escrituras Sagradas. Depois pediu à mulher, com ares de um devoto, que afastasse o vestido que lhe lambia as costas, e sobre uma pele de bronze imaculada, pôs-se a talhar com a pena uma tatuagem de palavras:
‘Põe-me como selo sobre o teu coração,
como selo sobre o teu braço,
porque o amor é forte como a morte,
e duro como a sepultura o ciúme...’
E naquela noite ela esperaria, na cama que haveria de se entregar ao homem que amava, vestida de contas de aljôfar e poesia...”
This entry was posted on 15 de março de 2010 at 10:23 PM. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.
# by Débora Guedes - 2:53 PM
Arrepiada com tanta beleza...
Beijinhos
Postar um comentário