Tapa de Humor

Na teoria, sou um exímio lavador de roupa. Sei, por exemplo, que peças de cores não devem ser misturadas às brancas; que ninguém melhor do que o próprio dono para lavar suas próprias roupas, já que sabe o quanto as suja, quais as partes mais prejudicadas etc; que, na hora da lavagem, no caso de ser no tanque, é preferível que se inicie pelas roupas mais difíceis de se lavar – diga-se as mais sujas – para que a preguiça não se abata sobre você ao final e o desempenho diminua. Na teoria, sei que um bom sabão em pó é melhor do que aqueles que você encontra na promoção nas prateleiras dos supermercados; e que ler as instruções da caixa é o primeiro passo para se adquirir... mais teoria; que água quente é a melhor coisa para se tirar manchas de vinho, café e gordura que costumam cair sobre roupas de pessoas distraídas. Na teoria, sei que não se deve estender roupas de cores ao sol para que os raios solares não as queimem; que um bom amaciante – além de deixar as roupas cheirosas – facilita na hora de passar ferro, outra tarefa não muito agradável da “Arte de Manter Roupas em Bom Estado de Conservação”. Na teoria, sou um exímio lavador de roupas. Na prática, no entanto, a única coisa que sei é que água sanitária pode não alvejar as roupas da forma que você espera, mas que deixam um cheiro desagradável na mão que vai lhe acompanhar durante o dia inteiro. Água sanitária é, por assim dizer, o alho da lavanderia. “Experimente trocar por anil. Você vai ver que além de alvejar, suas mãos ficarão cheirosas pelo resto do dia”, sugeriu a Janine – noiva do Eduardo – quando soube que eu estava indo ao supermercado comprar hipoclorito de sódio. Acatei a sugestão e, de quebra, aproveitei para comprar algumas cervejas porque, como patrão de mim mesmo, permito que meus funcionários bebam no trabalho. Depois de algumas latinhas, não sei se o resultado final da lavagem ficou satisfatório, mas descobri que lavar roupa tomando cerveja pode não ser bom para as roupas, mas para o lavador, é ótimo.