Garotas do calendário

Eu confesso. De vez em quando, faço umas viagens meio alucinadas pelo terreno da mente. E o que é Pior: divago sem nenhum incentivo psico-químico. Sei que não sou normal, mas é inevitável que isso aconteça, principalmente quando fico sozinho comigo, o que é um perigo.

Dia desses, estava vendo “Garotas do Calendário” e bastou os créditos finais aparecerem na tela para minha mente pegar um airbus sem escala. Na obra de Nigel Cole, um grupo de senhoras resolve elaborar um calendário onde cada uma delas aparece em um mês, realizando uma atividade doméstica totalmente nua.

O assunto me serviu de inspiração para divagar sobre as datas comemorativas que infestam um calendário. Não as datas comuns, como Proclamação da República, Dia dos Pais, Natal etc. Mas os dias atípicos, em que se comemoram coisas que parecem saídas sabe-se lá de onde.

15 de agosto, por exemplo, é comemorado o Dia do Solteiro, uma data que, evidentemente, deve-se comemorar sozinho, imagino. E o que é pior, sem presentes.

A muito custo, tentei imaginar um bando de marmanjo fazendo festa para comemorar a data, felizes da vida por estarem solteiros. Se bem que, analisando com carinho, há uma série de motivos para tal, como estar livre de crises de Tensões Pré-Menstruais, poder encher a cara com os amigos e chegar em casa a hora que quiser, sem ser preciso entrar na ponta dos pés. E o que é mais vantajoso: não precisar discutir a relação.

Tenho dezenas de amigos que insistem em continuar solteiros por medo da chamada TPM. Alegam que juntas, essas três letrinhas fazem mais estragos do que o Osama Bin Laden. Com a vantagem para o líder extremista, que só aparece uma vez na vida outra na morte, enquanto a TPM insiste em voltar pelo menos uma vez a cada trinta dias.

Um amigo, solteirão convicto, disse-me certa vez que se a Al Qaeda tivesse noção, utilizaria, em seus ataques, mulher com TPM em vez de homem-bomba. Economizaria, no mínimo, os explosivos e os próprios homens, já que entre mortos e feridos, a mulher consegue escapar ilesa às crises de tensão.

Segundo ele, entre uma mulher com TPM e um homem-bomba, o risco de um ataque é muito menor com o Mister Explosivos. Por que? As chances de se encontrar um desses num metrô, shoppings ou locais públicos são muito menores.

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    # by Eduardo Baszczyn - 2:03 PM

    o primeiro parágrafo foi escrito pra mim. caiu perfeitamente.


    abraço e
    apareça!

    edu
    http://coisasdagaveta.blogspot.com

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    # by Choninha - 12:45 PM

    Gosto muito do teu blogue! Faz-me sorrir, rir e gargalhar! E logo eu que sofro de SPM como uma doida! Mas olha que o teu amigo solteirão não sabe o que perde, a emoção de viver com uma mulher em pleno SPM não tem equivalente: é como ter uma mulher nova a cada cinco minutos: talvez ele não aguentasse!!
    Beijo meu

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    # by Débora Guedes - 9:51 PM

    Eu vejo tudo sob a óptica do otimismo: TPM virou tema de texto, de debates entre psicólogos e médicos, pesquisas científicas e até TCC!
    Ficar solteiro implica em não ter cafuné, nem beijinho de boa noite, nem comidinha gostosa, nem dormir de conchinha....
    E o que virou o dia do solteiro? Hummm... Deixa eu me lembrar... É... Não virou nada!

    k
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    (Um plágio que caiu muito bem para a ocasião)

    Beijinhos!