Sinais de Fumaça
Sou do tempo em que sinais de fumaça surtiam mais efeito na comunicação do que as modernas tecnologias. Era simples: uma fogueira e o céu infinito. Não havia botões, GPS, transmissões via satélite, essas coisas que dificultam o processo. Não tenho dúvidas de que quanto mais o homem descobre mecanismo para se comunicar, mais isolado fica, principalmente porque não domina tanta tecnologia (na verdade, a tecnologia foi quem dominou o homem).
Outro dia precisei resolver problemas do meu aparelho telefônico – vítima de uma pane provocada pela nova tecnologia – e não sabia a quem recorrer. Como a Motorola não tem assistência técnica autorizada em Alagoas, tive que ir atrás da matriz da empresa em São Paulo. A modernidade me levou – a contragosto – ao atendimento on-line. Falou-se que atendimento por telefone era coisa do passado. Ou seja, nem na Motorola o telefone funciona.
A diferença é que no atendimento on-line praticamente não há emprego do gerúndio. Nem você precisa ouvir as vozes artificiais das moças. Entretanto, o tratamento é o mesmo do modelo tradicional. Se por um lado os ouvidos saem ilesos na conversa, por outro os dedos ficam a ponto de ter lesão por esforço repetitivo. E você acaba se esforçando para contar a mesma história pelo menos quatro vezes.
Conclui que o tempo passa e a relação de consumo – mais difícil do que relação amorosa, que pelo menos há vantagem para ambas as partes – fica cada vez mais complicada. Mas resolvi encarar o problema de frente. De frente para o computador, já que se desse as costas não haveria solução.
Primeiro se passa pelo crivo de uma atendente que, solícita, “ouve” pacientemente você debulhar o rosário de reclamação. Depois, com fastio, avisa que vai lhe encaminhar para o setor responsável. Mas até chegar ao tal setor, você ainda passa pelas mãos de outras tantas não-responsáveis. E mais uma vez, para cada uma, você tem que repetir toda a história, até descobrir que nenhuma delas é tão responsável a ponto de resolver o pepino.
A vantagem – sim, apesar de tudo, há vantagem – é não ter que ouvir aquela musiqueta chata ao telefone, enquanto espera o setor responsável.
Outro dia precisei resolver problemas do meu aparelho telefônico – vítima de uma pane provocada pela nova tecnologia – e não sabia a quem recorrer. Como a Motorola não tem assistência técnica autorizada em Alagoas, tive que ir atrás da matriz da empresa em São Paulo. A modernidade me levou – a contragosto – ao atendimento on-line. Falou-se que atendimento por telefone era coisa do passado. Ou seja, nem na Motorola o telefone funciona.
A diferença é que no atendimento on-line praticamente não há emprego do gerúndio. Nem você precisa ouvir as vozes artificiais das moças. Entretanto, o tratamento é o mesmo do modelo tradicional. Se por um lado os ouvidos saem ilesos na conversa, por outro os dedos ficam a ponto de ter lesão por esforço repetitivo. E você acaba se esforçando para contar a mesma história pelo menos quatro vezes.
Conclui que o tempo passa e a relação de consumo – mais difícil do que relação amorosa, que pelo menos há vantagem para ambas as partes – fica cada vez mais complicada. Mas resolvi encarar o problema de frente. De frente para o computador, já que se desse as costas não haveria solução.
Primeiro se passa pelo crivo de uma atendente que, solícita, “ouve” pacientemente você debulhar o rosário de reclamação. Depois, com fastio, avisa que vai lhe encaminhar para o setor responsável. Mas até chegar ao tal setor, você ainda passa pelas mãos de outras tantas não-responsáveis. E mais uma vez, para cada uma, você tem que repetir toda a história, até descobrir que nenhuma delas é tão responsável a ponto de resolver o pepino.
A vantagem – sim, apesar de tudo, há vantagem – é não ter que ouvir aquela musiqueta chata ao telefone, enquanto espera o setor responsável.
This entry was posted on 19 de janeiro de 2007 at 6:18 PM. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.
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