Em algum lugar do passado
Com apenas oito páginas, o Jornal de Alagoas era fechado altas horas da noite, o que fazia com que os profissionais notívagos saíssem de vez em quando para descansar a cabeça nalgum bar das redondezas, entre goles de aguardente e conversas. Muitas vezes, devido à demora na elaboração dos textos, os trabalhadores da oficina aproveitavam para ir ao Cine-Teatro Delícia ou Cinema Floriano, conferir as novidades das fitas americanas estreladas por divas do cinema.
No comércio, propagandistas anunciavam as novidades nas lojas – América, Paris e tantas outras.
Na época, Leite Moça era “insubstituível na alimentação das 'creanças' e pessoas fracas”.
Nas ruas, pedestres dividiam espaço com rapazes montados em suas Britanias, última moda na cidade.
De vez em quando, abria-se espaço para a passagem de um caminhão Opel carregado de produtos que seriam despejados em algum estabelecimento comercial.
Quando calhava de alguém adoecer, era bastante recorrer a alguns médicos de plantão na cidade – que anunciavam suas especialidades nas páginas do Jornal de Alagoas. Ou experimentar os poderes anunciados por alguns medicamentos. E a vida seguia num ramerrão sem fim. E por aqui vou ficando, porque força de vontade chegou aqui e parou. Com preguiça...
This entry was posted on 22 de julho de 2008 at 11:16 AM. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.
# by Unknown - 11:21 AM
Nealdo, os anúncios podem até não ser mais os mesmos, mas certas manchetes antigas ainda soam mais que atuais.
Certa vez eu estava na Vila Chamusca, lá em Ipioca, e a dona do lugar (eu acho) apareceu com uma edição das antigas desse jornal. Eis que entre as chamadas salta uma que dizia algo mais ou menos assim: "Deputado fulano vai provar que colega de Parlamento é bandido".
Pois é. A ALE já fazia vergonha desde aquela época...
Abração!
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