Cardápio

Jornalista agora só vai fazer sopa de letrinhas.

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    # by Autorretrato - 6:38 PM

    Que pode ficar bem indigests caso a as letras formem stf...

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    # by Bárbara - 9:40 PM

    Até mesmo pratos indigestos podem ficar uma delícia com pitadas de bom humor como o seu, Carlos Nealdo.

    Estou rindo até agora da marchinha para o Gilmar Mendes!

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    # by Clique Aqui - 11:56 AM

    Olá Carlos, pelo que naveguei por aqui, deu para perceber que seu conteúdo vale link. Vou linká-lo neste momento, ok? Abraços!

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    # by Mário - 6:35 PM

    Não deveria haver motivo para tanta surpresa por conta suspensão da obrigatoriedade do diploma. O jornalista não precisa ter uma formação específica em jornalismo, e o Brasil era um dos poucos países do mundo em que o diploma era exigido. No Japão, Argentina, Costa Rica, Peru, Suíça, Suécia, EUA, Reino Unido, Itália, França, Dinamarca, Alemanha, Chile e até na autoritária China não se exige diploma para o exercício da profissão de jornalista. E os jornalistas de lá, o que acham? Bem, parecem não se importar nem um pouco com isso. Alguns exemplos de jornalistas de ontem e de hoje que não são (ou eram) diplomados em jornalismo: Winston Churchill, George Orwell, Nelson Rodrigues, Oto Lara Resende, Claudio Abramo, Robert Woodward, Gabriel Garcia Marquez, Carlos Heitor Cony, Millôr Fernandes, Otto Maria Carpeaux, Paulo Francis, Joelmir Betting, Caco Barcellos.

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    # by Mário - 9:56 AM

    Blog do Maikel Marques:

    http://www.maikelmarques.com/post.php?id=1175

    Perguntas e respostas sobre o diploma.

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    # by Sumaia Villela - 3:19 AM

    Rapaz, mas o colega Mário está fazendo campanha fervorosa a favor da decisão do STF, viu! O que tem de comentário dele em blogs de alagoanos...
    Sai da caixa e se joga, meu caro Mário. Quer entrar em que jornal? Fala pra gente, vai que um chefão por aí vê sua candidatura!

    No mais, como sempre, gastar tempo aqui é bom demais.

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    # by Mário - 10:45 AM

    Sumaia, só mais uma coisinha. Você se engana também quando pensa que estou apenas debatendo a decisão do STF. A questão não é apenas essa. Tem a ver com o modelo de país que queremos, tem a ver com nos livrarmos da nossa tendência ao cartorialismo e à burocracia, tem a ver com liberdade de expressão e com democracia, tem a ver com ter um país mais livre e menos burocrático. Longe de ser um mero debate acerca dos interesses de uma classe, esse tema envolve tudo isso. Daí sua importância, daí sua relevância para a mudança de mentalidade das pessoas (e dos jornalistas).

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    # by Sumaia Villela - 7:23 PM

    Afinal, Mário, fico confusa com sua posição; você me parece um esquerdista com bico de tucano. Primeiro, confunde-se entre burocracia e estado mínimo, que é a total desregulamentação dos direitos dos cidadãos brasileiros.
    Segundo, iguala liberdade de expressão a liberdade de imprensa. Não é negada permissão para escrever, denunciar, filmar ou qualquer outra forma de comunicação. Quem não tinha diploma só era impedido de ser jornalista PROFISSIONAL, ou seja, ganhar a vida com isso. Nem todos que praticam esportes participam de campeonatos em busca do título, não é mesmo?
    Essa discussão é muito antiga, cabe uma pesquisa minunciosa a respeito das batalhas travadas dentro das empresas e do congresso, antes mesmo da ditadura. É bom observar também quem estava levantando a bandeira da não obrigatoriedade do diploma. Te adianto: eram os donos e diretores dos conglomerados da informação, ávidos por descontinuar a busca pela qualificação ética e a consciência crítica dos jornalistas.
    Concordo que a discussão é bem maior, mas acho que o foco não é a liberdade de expressão, mas a qualidade e o acesso à universidade brasileira, assim como a quebra de antigos paradigmas que envolvem a mídia em ouro.
    Eu me coloco aqui não como participante de uma classe profissional, mas de uma sociedade de classes, que precisa de meios para perceber que linhas movem nossas vidas, e quem as tece. A academia representa a possibilidade de que isso ocorra, e cabe a nós lutarmos para que ela cumpra sua função, não a desresponsabilize.
    Não sei se você tem contato com antigos jornalistas, mas já deve ter escutado algumas das histórias absurdas do tempos idos (repórteres que batiam em presos e andavam armados, segredo negociado dentro da redação, ameaça de morte, etc). Hoje, ainda lutamos contra essa herança, que vem perdendo campo, felizmente.
    A desvalorização do diploma não muda o fato de que pouquíssimas pessoas falam pela maioria; não garante que apenas pessoas cultas cheguem às redações; não te dá um emprego, Mário, para falar o que quiser.
    É preciso menos inocência e mais estudo para entender o que o diploma representa no Brasil.
    Não procuro adotar uma postura hostil, Mário, mas por que você - caso tenha vontade de ser jornalista - não procura entrar na universidade? Verá como sua visão é ampliada (se você correr atrás disso, lógico).
    Poderíamos ampliar ainda mais a dicussão, meu caro, se estiver interessado. Fiz um trabalho sobre o assunto, posso lhe enviar se você me falar seu email. Fique à vontade para me remeter artigos voltados à sua opinião, também. O meu é sumaiavillela@hotmail.com.

    Sumaia Villela, ainda estudante de jornalismo, que não pretende deixar o curso ou se registrar antes de receber o diploma.

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    # by Mário - 11:13 AM

    Prezada Sumaia, talvez você tenha ficado um pouco confusa com minhas considerações porque aquelas que faço no meu último comentário são a conclusão de um outro anterior que, por falha minha, não foi publicado (pensei que já tinha enviado, aí desliguei o computador sem tê-lo feito). Eu, esquerdista? Nem de longe, minha cara. Tucano? Não, obrigado. Olha só, eu não estou pleiteando vaga em jornal algum, embora creia que tenho os requisitos necessários para fazê-lo. Olha, discordo totalmente dessa sua visão em relação à universidade. Não vejo o que um curso de jornalismo poderia me acrescentar. Perdoe-me, Sumaia, não tome o que vou dizer-lhe agora como ofensa, mas as suas considerações só reforçam minhas convicções. Não pense que estou com raiva, estou apenas sendo sincero. Vamos lá. De onde você tirou que "estado mínimo" é "a total desregulamentação dos direitos dos cidadãos brasileiros"? Esse seu "conceito", no meu entender, não passa é de um pré-conceito, um "clichezaço". E por que pensas que sou "um esquerdista com bico de tucano"? Por que não é raro ver essa atitude quando se debate questões de princípios no Brasil? Sumaia, mais uma vez, perdoe-me, mas se tem uma coisa que vejo como grave, e que depõe contra a sua apologia da universidade, é esse viés que se constata no seu discurso. Um vício que reiteradas vezes constato em debates desse tipo: muita gente não alcança a importância, nem sequer percebe quando outro levanta uma questão de princípios, assim, tende a ver tudo sob o prisma do interesse pessoal ("vc tá procurando emprego") ou pelo lado da politicagem ("és um tucano neoliberal defensor do estado-mínimo e dos interesses do grande capital especulativo?"). Clichês desse tipo, Sumaia, só ratificam o que penso dos cursos de jornalismo. A maioria é contaminada pela militância política, constituindo-se em verdadeiras madraçais, em mecanismos de doutrinação travestidos de ciência e "pesquisa". Por que vc julgou que poderia me dar conselhos a respeito do quanto a universidade ampliaria meus horizontes? Sou "macaco véio", Sumaia, tenho dois diplomas, tenho duas formações de nível superior, sei bem das mazelas da universidade brasileira. Por sinal, já ministrei duas aulas lá também, num curso de pós-graduação. Portanto, sei bem o que a universidade tem a me oferecer e conheço não só aquilo que está à mostra, como sei do que ocorre nos bastidores. Conheço a realidade sem maquiagens de cunho ideológico, sem edulcorá-la com idealismos. No meu primeiro comentário, eu até tinha colocado uma frase jocosa: "a universidade é uma instituição que lhe dá um papel que o autoriza a fazer aquilo que você não sabe fazer." Por vezes é o que ocorre, principalmente quando a univesidade deixa de fazer ciência e capacitar tecnicamente e se perde na militância política-ideológica, se dedicando ao treinamento (doutrinação) mediante discursos bem estruturados, que simplificam a complexidade do mundo, tentando fazer com que esta caiba dentro de clichês.

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    # by Mário - 11:15 AM

    Nada me irritava mais do que isso. E por isso mesmo, da mesma forma que sou chato pra caramba aqui nos blogs, eu o fui quando da minha segunda experiência na UFAL. Incomodei muitos professores com minhas contestações. Por vezes fui indelicado, mas é que não admitia perder horas e horas a ouvir falácias. Sumaia, mais uma vez peço desculpas se minhas considerações parecem duras. Não estou querendo fazer pouco daquilo que você falou. Percebo a sua preocupação com o estudo, com a pesquisa, com a busca pelos fatos e pelo conhecimento. E isso é louvável! É fundamental! Mas, digo, por experiência própria, fuja dos clichês! Fuja das simplificações, do reducionismo! Leia, informe-se, confronte-se com os autores que você lê. Questione-os. Pegue aquilo que te incomoda e transforme em objeto de reflexão ou de estudo. Mas é bom ter cuidado para não deixar que o cerne da questão com a qual trabalha se contamine por uma visão idealizada (ou ideológica) do problema. Digo isso porque por vezes é o que se vê. Em muitas pesquisas, particularmente nas áreas "humanas" (que não é a minha área), parecem já vir com conclusão antes mesmo da realização do estudo. O "estudo" parece ser só um trâmite burocrático para a ratificação de uma tese que já tida a priori como verdadeira. Detesto rótulos (a complexidade mundo e do homem não cabe nos conceitos estereotipados “direita” e “esquerda”), embora em alguns casos eles possam ser aplicados. Como é o caso, por exemplo, quando um debate já começa viciado, contaminado pelo viés ideológico. Assim, não comece com coisas do tipo: "és um tucano?" A menos que o debate esteja viciado, seja um jogo de cartas marcadas, caberia uma ressalva do tipo. Não é o meu caso, embora seja o de inúmeros professores mais comprometidos com sua militância política do que com fazer ciência (taí o caso da USP que comprova o que digo). Eu tenho um blog. Lá teço minhas considerações sobre temas diversos. É um espaço aberto ao debate. Se quiser, você pode acessar para continuarmos debatendo: www.mariotblog.blogspot.com Coloco aqui endereços para alguns textos meus (e alguns audios e vídeos de entrevistas) sobe a questão do diploma, bem como outros sobre outros temas. Assim ficará mais claro o que penso a respeito de temas diversos.:

    http://mariotblog.blogspot.com/2008/03/eu-rob-s-economia-estpido-assim-disse-o.html

    http://mariotblog.blogspot.com/2009/06/os-jornalistas-e-o-diploma-parte-final_21.html

    http://mariotblog.blogspot.com/2009/05/os-jornalistas-e-o-diploma.html

    http://mariotblog.blogspot.com/2008/01/das-vrias-formas-da-burrice.html

    http://mariotblog.blogspot.com/2009/04/o-leviata-de-gelatina.html

    Abraço!

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    # by Mário - 12:03 PM

    Olha só, Sumaia, um texto excelente sobre o tema:

    http://www.tudonahora.com.br/conteudo.php?id=49

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    # by Sumaia Villela - 4:09 PM

    Olá, Mário, desculpe a demora em respondê-lo, descansei a vista um pouco esse fim de semana, e minha sexta-feira foi atribulada.Como são muitas as enervações do nosso debate, responderei pontualmente, a partir da ordem do seu texto.
    - “(..)não estou pleiteando vaga em jornal algum, embora creia que tenho os requisitos necessários para fazê-lo”. A partir dessa demonstração de autoconfiança, fiquei curiosa e li alguns de seus textos no blog. A qualidade é inegável, apesar de ser delineado pelos clichês que você tanto quis combater (falo sobre isso mais abaixo). Mas o que você faz não é jornalismo. Caso fosse publicado, seu texto sairia, seguramente, no espaço de opinião – onde todos podem escrever, com ou sem diploma. O que muita gente vislumbra, ao pensar nesse ofício, é que ser bom jornalista se resume a escrever bem e ter um poder de análise. Essa parte é a final.
    Todos os dias, as vidas de pessoas são abertas para que nós, de supetão, colhamos as informações e a percepção do que temos como verdade (que é um conceito filosófico, subjetivo – claro, limitado pelo mundo tátil, ao contrário do que afirmou no comentário). Estamos constantemente em sinucas de bico; podemos prejudicar a felicidade das “personagens”. É preciso memória, perspicácia, agilidade.
    No fim, nos sentamos à frente do computador, com um espaço entre as publicidades para preencher, e precisamos lidar com todas as “realidades” conflitantes das partes, a sensibilidade e os “clichês” do pensamento. Organizamos nossa viagem intensa ao outro em uma arquitetura completamente diferente de textos como esses, como os seus. Diferentes mesmo das obras literárias. O trabalho mais próximo das duas áreas precisou ser nomeado Jornalismo Literário, de formação típica das miscigenações (mesmo que antigas, históricas mesmo).
    Por isso e por mais, meu caro, não há como determinar se você teria os requisitos para fazê-lo já. Quanto ao futuro, não há uma pessoa que não possa obter as características necessárias para desenvolver que talento quiser. Não são nossos dons que nos limitam, mas o mundo.
    - “De onde você tirou que ‘estado mínimo’ é a ‘total desregulamentação dos direitos dos cidadãos brasileiros’?”. Embora seja uma pergunta grosseira, respondo gentilmente. Da história. Da teoria política. Da economia. Da herança dos governos de Nixon e Thatcher, por exemplo. Do que aconteceu com o Sistema Universal de Saúde dos Estados Unidos, meu caro. Da lógica do assessor de Pinochet, Von Hayek, um dos fundadores do pensamento neoliberal.
    E por que penso que você é um esquerdista com bico de tucano? Bom, é simples. Porque você utiliza todos os clichês dos discursos desse pessoal. Quanto à sua crítica à bipolarização da política, concordo, mas creio que não cabe aqui. Veja bem, “esquerdismo” é um termo depreciativo, com base no que Lênin utilizou no seu livro “Esquerdismo, a doença infantil do comunismo”. Essa é a minha referência.

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    # by Sumaia Villela - 4:10 PM

    - “(...)muita gente não alcança a importância, nem sequer percebe quando outro levanta uma questão de princípios”. Desculpe, mas por que o seu discurso vem a ser uma questão de princípios e o meu não? Os “princípios” não são nada mais que política, Mário. Somos seres políticos. Doutrinação, demagogia e derivados são casos específicos. Simplificação do debate? Não vejo porque fiz isso.
    A respeito da “ideologização” dos cursos. Baseado em que teoria você tece o comentário? Vem da “falsa ideologia” de Marx? Da ideologia para os cristãos? Encara a palavra como os positivistas?
    - Fiquei curiosa a respeito dos cursos e da pós que lhe abriu a sala de aula. Qual é a área da tua formação? Falando nisso, o texto do Tudo na Hora que me indicou tem um erro grave. Jornalismo não é ciência, mas Comunicação Social é. E das mais valiosas, para mandantes e mandados. E não sou eu que digo, mas os “donos” da mídia e os grandes políticos e pensadores do mundo.
    - O que você fez, em relação à universidade, foi aceitar meu convite para discutir o tema, onde martelei no último comentário. É isso que precisa ser feito, entende. Embora andemos em caminhos desencontrados, esse debate é crucial para entender que papel tem a academia no mundo, e não desmerecê-la. E no Brasil, conhecimento não se vende em bancas... (com perdão do clichê).
    Recomendo uma leitura que te fará entender como as idéias são delimitadas pela política que tanto despreza (apesar de saber que o teu discurso seja fruto – embora não muito maduro – dessa antiga ciência). O editorial da edição do último dia 24 de junho, da Veja, mostra a cara da linha de frente da campanha pela não obrigatoriedade do diploma de jornalismo. Que caiu depois que uma produtora de moda de São Paulo entrou com uma ação nem um pouco ligada a princípios, alegando que era prejudicada porque não podia ter registro profissional de jornalista. Segundo a espertinha, ela não teria vínculos empregatícios por causa disso. Versão facilmente descartada pelo juiz, que respondeu que as leis trabalhistas independem de tipo de profissão. Se ela é funcionária estável da empresa, é um trabalho periódico, exclusivo e de remuneração fixa, ela precisa ter a carteira assinada. Apenas não será assinada como jornalista. O que não a impedia de fazer a produção de moda da revista em que exercia seu talento, veja só. Infelizmente, foi a faísca que os empresários da comunicação esperavam para atear fogo nos diplomas.

    Abraço!

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    # by Mário - 11:31 PM

    Somos seres políticos e política é tudo? Quem te disse isso? Antonio Gramsci? E você acreditou? Lenin? Minha cara, mas uma vez perdoe-me, mas, ouso dizê-lo, isso é coisa da pouca idade,de pouco tempo de reflexão. Eis aí uma das coisas que mais critico, esse redução de tudo a uma questão "política". Se queres pensar assim, tudo bem. É escolha, decisão sua. Só a gente é que pode decidir o rumo que se quer dar à própria vida. Mas, para mim, que já vivi um pouquinho mais do que você, não mais me iludo (se é que já me iludi um dia) de ver na política a mais excelsa atividade humana, ou até mesmo aquilo que define o que é o humano. Mas uma vez me surpreende que me veja com alguém de "esquerda", já fui chamado de tudo, menos disso. Logo eu, que tanto contesto as esquerdas, particularmente, a revolucionária. Quanto à minha formação, sou biólogo. Minha cara, tu sabes quem foi Lenin? Conheces mesmo quem foi essa criatura? Acha que esse carniceiro psicopata deu alguma contribuição importante à humanidade?
    Olha, recomendo, com todo respeito e sinceridade: procure diversificar suas leituras. Não vá nessa onda de que "somos seres politicos e os principios todos se resumem à politica". É uma forma de relativizar os valores, de curvar a espinha (e a consciência) conforme a direção que os "ventos da política" estejam soprando. Isso parece ter muito sentido para você. Ajuda a construir o discurso, te dá algumas premissas da qual pode partir para colocar em ordem a complexidade do mundo. Mas, eu te digo, a complexidade da problemática humana não cabe dentro da "política". A história humana não é a da luta de classes, nem Marxismo é ciência, muito menos com capacidade profética. Você é inteligente, e é por isso que recomendo que diversifique suas leituras.
    Sabe,eu não gosto de recomendar livros. Mas talvez você goste do Homem Revoltado, de Albert Camus, se já não o tiver lido. O interessante da abordagem do livro é que a "revolta" é tida mais como oriunda dum problema "metafísico" do que propriamente derivada da nossa "política essencial". Há uma passagem interessante na vida de Camus. Colhi esse trecho dum bom livro sobre a fim da amizade dele com Sartre (aliás, também recomendo o livro, o autor é Ronald Aronso, publicado pela editora Nova Fronteira). Camus encontra um conhecido e trava com ele o seguinte diálogo:

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    # by Mário - 11:33 PM

    " - Você agora é marxista?

    - Sim.

    - Então será um assassino.
    - Já o fui.

    - Eu também. Mas não quero mais.

    - E você foi meu padrinho.

    Era verdade.

    - Ouça, Tar.

    - O problema é o seguinte: aconteça o que acontecer, sempre o defenderei contra os fuzis da execução. Mas você será obrigado a aprovar que me fuzilem. Reflita sobre isso.

    - Refletirei.

    Sabe, muitos facínoras, ditadores e assassinos em massa começaram pensando desse jeito, que estavam apenas seguindo sua natureza de "animal político" (a definição é de Aristóteles, mas ele nunca reduziu a filosofia a uma questão política). Repare, saio do tema, que seria o do diploma para jornalista, para debater as premissas das quais você parte. O que aliás, parece apenas corroborar aquilo que penso, a questão do diploma é tratada por certos setores do jornalismo como uma questão política. Sim, de fato ela o é, pois tem a ver com toda a sociedade. O que ela não é, é uma questão de política "doméstica", rasteira, ligada aos interesses de uma "classe". Parece que, para muitos jornalistas, é do que se trata, não do princípio da liberdade de expressão. "Ah, vamos perder poder de organização e pressão com essa decisão". Em primeiro lugar, não vão perder. Vão perder é a o tal do conselho de jornalismo, que tantos queriam criar para ter uma “boquinha”. Em segundo lugar, isso não tem tanta importância assim, a não ser para encher os bolsos de conselheiros e sindicalistas que muito provavelmente não iriam entrar mais em redações, vivendo às custas de “política”, da “mobilização da classe”. Esse tipo de "política" é o que defino como politicagem. Estão é se lixando para princípios democráticos, o que têm em mente é o próprio interesse mesquinho. Coisa típica da nossa república sindical.

    Abraço!


    PS: continue visitando o blog, gostaria que vc comentasse sobre outros temas. Ainda acha que sou de "esquerda"? (hehehe)

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    # by Elga Arantes - 10:53 AM

    Parabéns, aos dois. Conseguiram fazer com que eu desconstruísse minha opinião a respeito do tema. Não sei se poderei formar nova opinião, pelo menos em pouco tempo, mas, ao menos, já sei onde encontrar conteúdo, nesse mundo virtual.