Papo-cabeça
O meu juízo
deve ser um prato extremamente apetitoso e disputado —algo como a galinhada do
Alex Atala em dia de Virada Cultural—, dada a grande quantidade de pessoas que
insistem em comê-lo. Até entendo quando dizem que tenho o juízo de pinto, mas
daí até a transformação em galinácea é um processo que dá pena. Não da galinha,
mas do meu juízo, que de vez em quando insiste em cantar de galo. Quero deixar
claro: independente de tudo, quem manda na minha cabeça sou eu. Meu juízo é
livre, e exerço sobre ele uma espécie de indie gestão. Ainda se atreve a
comê-lo? Pense bem, porque de vez em quando eu penso mal. Você pode até comer
um tico do meu Teco, mas vou logo avisando: tenho pensamentos podres. Insiste a
minha massa em ser fálica. Por isso, cuidado ao tentar ciscar no meu terreiro. E
por que esse papo agora? Porque dou valor ao meu juízo, principalmente porque
não costumo fazer juízo de valor de ninguém. E porque decidi pôr tudo em
pratos limpos, dar asas à imaginação, sem outdoor nem piedade. Vou logo
avisando que desde o princípio, eu espero pelo juízo final. E ele se passa em
Alagoas, como no filme “A fuga das balinhas”, quando alguém bate no peito e
solta o grito, se achando o rei do galinheiro: “Porra, que a polícia vem aí”.
This entry was posted on 3 de janeiro de 2014 at 10:59 AM. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.
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