O Sindicato dos Jornalistas de Alagoas não me representa


“Para ter inimigos, não precisa declarar guerras, apenas diga o que pensa”.
(Martin Luther King)


Nesta terça-feira, 06 de maio, fui alvo de uma “nota de esclarecimento” divulgada pelo Sindicato dos Jornalistas de Alagoas. Nela, a entidade diz que tentei “macular os diretores do nosso sindicato com especulações irresponsáveis”. A nota é antiética, vil e covarde, primeiro porque parte de uma instituição legitimada pelo voto para representar e defender os interesses da categoria, e, depois, porque deturpa as informações. Por sorte, na visita que o sindicato fez à empresa em que trabalho há uma semana – e que gerou toda a celeuma – havia mais de 20 colegas, que poderão testemunhar o fato de que, em nenhum momento, insinuei nada. Fiz, sim, críticas à entidade, afirmando que o Sindijornal só aparece nas redações para anunciar prêmios – bancado por instituições privadas – ou uma vez por ano, para lamentar o acordo coletivo da categoria. Ressaltei ser preciso um mandato mais atuante, como forma de fortalecer a categoria. E sugeri que em vez de culpar os jornalistas por não comparecerem às reuniões sindicais – um discurso mofado e conformista –, o sindicato poderia fazer Assembleias Setoriais pelo menos uma vez por mês, no pátio de cada empresa de comunicação do estado. Em nenhum momento falei que sindicalista estava recebendo FGTS em dia, em detrimento dos que não recebem. Foi um próprio representante do Sindijornal que o disse, em alto e bom-som. Não entendo o motivo da tal “nota de esclarecimento” – que na verdade é uma tentativa de jogar um profissional contra a empresa em que trabalha. O que ela significa? Que não podemos apontar as falhas da entidade? Que o próximo a fazer isso também correrá o risco de ser exposto de forma vil junto à empresa em que trabalha, sem ao menos gozar da imunidade sindical que garante a empregabilidade de muitos? Mantenho minhas opiniões. Num processo democrático, elas deveriam servir para o fortalecimento de uma categoria. Infelizmente, o Sindijornal se mostrou imaturo para recebê-las. Já havia se mostrado assim em outra oportunidade – que não vem ao caso agora. Acredito, entretanto, que a referida nota não tenha partido do conjunto sindical, porque ontem mesmo recebi solidariedade de alguns integrantes do sindicato que desconheciam, até a publicação, o teor do texto revanchista. Uma coisa, porém, é certa: a “nota de esclarecimento” do sindicato serviu realmente para esclarecer muita coisa, principalmente para deixar claro de que lado a entidade está. E este lado, infelizmente, não me representa. Finalmente, parafraseando a campanha salarial deste ano, gostaria de dizer que os jornalistas alagoanos valem mais. Valem muito mais do que uma entidade que ataca sua base de forma ordinária e covarde.