A Mãe de Todas as Bombas
Quem tem e-mail já deve ter recebido um sem-número de informações sobre uma possível invasão americana à Floresta Amazônica. Há histórias em que até o mapa do Brasil aparece modificado em escolas americanas. Tenho minhas dúvidas.
Ao contrário do que muita gente pensa, nosso País não corre o risco de ser atacado pelos Estados Unidos. Essa história de que os americanos estariam interessados na Amazônia não passa de bravata. O verde é nosso; as verdinhas, deles.
Em última hipótese, se um ataque ao Brasil realmente fizer sentido, nosso País terá como vencer a guerra fácil, fácil. Não possuímos armas de destruição em massa, é verdade, mas como por aqui tudo acaba em pizza – e pizza, convenhamos, é massa – a destruição se daria de qualquer forma.
Imaginemos pois que os Estados Unidos resolvam “libertar” a Amazônia das forças do mal. A primeira providência americana, óbvio, seria mudar o nome de Brasil para qualquer coisa, menos para nome de pau, uma vez que a madeira pertencerá à América do Norte.
Na falta de mísseis, bombas inteligentes e ataques cirúrgicos, poderíamos apelar para paus e pedras. Quer dizer, para pedras e pedras, já que a madeira já não será mais nossa. A grande arma, porém, poderia estar sob nossas barbas – pelo menos ela já vem sendo usada há um bom tempo, causando grandes estragos por estas bandas.
Imitando a iniciativa do grego Ulisses – o grande idealizador do Cavalo de Tróia – poderíamos vencer a guerra com um eqüino. Não necessariamente um cavalo, mas uma versão feminina dele: a Eguinha Pocotó.
Em vez de Ulisses e Epeu (o construtor do cavalo de batalha), convocaríamos MC Serginho e o travesti Lacraia. E assim como os gregos, deixaríamos o presente às portas da América do Norte. Chegariam calados e calados permaneceriam até que algum americano da alta cúpula começasse a questionar o que os dois estariam fazendo ali.
Nenhum americano desconfiaria das armas que os dois levavam consigo. Fariam até revista no cantor e no travesti e, a não ser pela surpresa de descobrir que a Lacraia era lacrau, ninguém diria que os dois eram suspeitos.
Claro que, como estrangeiros estranhos, seriam convocados pelo Pentágono e Casa Branca a prestar esclarecimentos sobre sua estada naquele país. Uma vez dentro da Casa Branca, o ataque começaria:
- O jumento e o cavalinho, eles nunca andam só...
E os falcões americanos começariam a passar mal, enquanto MC Serginho emendava:
- Vai Lacraia, vai Lacraia!
E a Lacraia, dançando feito uma doida, deixaria os americanos petrificados.
Dizimados os falcões da Casa Branca, os dois correriam para o Pentágono, onde seriam recebidos também com desconfiança. Para dirimir as dúvidas, os americanos convocariam às pressas inspetores de armas da ONU, que analisariam cada centímetro dos dois forasteiros, menos as cordas vocais de Serginho, consideradas um terror.
O ataque então recomeçaria:
- Vou beijar a sua boca, vou morder o seu queixinho...
E a Lacraia, no contra-ataque:
- Vai Serginho, vai Serginho...
Nenhum americano suportaria tamanha tortura. Em pouco tempo, os dois voltariam ao Brasil como heróis. Em sua homenagem, as rádios do País tocariam Eguinha Pocotó à exaustão. Seus autores seriam recebidos pelo presidente da República com honras de chefes de Estado. Ganhariam medalhas e monumentos em diversas capitais brasileiras. A égua passaria a ser animal sagrado no Brasil, assim como a vaca o é na Índia. Com a diferença de que na Índia não existe Vaquinha Pocotó.
This entry was posted on 20 de julho de 2005 at 8:10 AM. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.
# by Yvette Maria Moura. - 6:18 PM
Viajei na história do ataque ao ponto de ver a cena. Genial!
É por isso (e outras) que eu olho pra ti assim, oh... A la Maya.
Te beijo.
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