O Clube dos Homens
Sentaram-se os cinco à mesa e decidiram que, naquele dia, não falariam de futebol, como costumavam fazer. Especialmente daquela vez, discutiriam o comportamento estranho de suas mulheres. O mais novo abriu a conversa:
- Detesto as manias da minha mulher, principalmente quando ela apanha duas roupas no armário e pede para que eu diga qual é a que melhor lhe cai bem. Ela sempre se decide pela que eu não escolhi.
- Ah, meu caro, esquente não – rebateu o mais velho, ressabiado. – Mulher não se veste para homem. No máximo, se despem, dependendo do sortudo. Mulher se veste para outra mulher.
- Não concordo...
- Você se lembra qual foi a roupa que ela usou ontem?
- !?
- Acha que elas iriam perder tempo com alguém que não se lembra nem da cor da camisa que usou pela manhã? Definitivamente, desista de entendê-las.
- E quando elas inventam de dizer que cortaram o cabelo e ficam chateadas quando a gente não percebe?
- Isso me incomoda, porque elas não cortam o cabelo. No máximo, aparam o que elas mesmas chamam de pontas...
- Isso é o de menos. O que me deixa furioso mesmo é a mania que minha mulher tem de comprar sapatos. Nem uma centopéia conseguiria usar tudo aquilo! É sapato vermelho, cor-de-rosa e sei-lá-o-quê.
- O pior é quando elas resolvem combinar sapato com as bolsas. E junto com a bolsa vem outros acessórios e mais outros e mais outros...
- O que mais me incomoda é essa mania ridícula que elas têm de irem juntas ao banheiro.
- Juro que também não entendo.
- Vai ver que é porque, ao ir sozinha, a mulher teme que a “amiga” fique falando dela. Nesse caso, é melhor levar a rival. Evita a fofocas...
- Acho pouco provável.
- Pouco provável nada. Você acha que é para quê? Para se ajudarem a passar batom?
- No mínimo é para falar de nós. De nós, está entendendo?
Ainda discutiam o assunto quando cinco moças – que pareciam ter saído de comerciais de cerveja – sentaram-se à mesa vizinha.
- Quer saber? – levantou-se um deles, empunhando a bandeira da revolta – Está na hora de a gente começar a fazer igual.
Resolveram então entrar todos ao mesmo tempo no banheiro masculino.
Na mesa vizinha, as moças comentaram, à boca pequena, que eram todos gays.
This entry was posted on 13 de julho de 2005 at 7:44 AM. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.
# by Carlos Nealdo - 8:40 AM
Não concordo com o seu aluno, até porque não considero mulher bicho, muito menos estranho. Diria apenas que é um ser cheio de manias... ah, isso é.
Beijos.
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