Caminhando e Cantando
Ano Novo é sempre a mesma coisa. Há aqueles que decidem largar os vícios —nunca largam— e os que prometem iniciar um regime. Confesso que promessa nunca foi o meu forte, até porque não costumo cumpri-las. Mas admiro os que se enganam fazendo listas do que vão ou não fazer ao longo do ano que se aproxima. Tenho amiga que há anos tenta iniciar um regime. Vem sempre com a mesma história de começar dieta rigorosa na próxima segunda-feira. E sempre há uma próxima segunda-feira. Na verdade, irrita-lhe o fato de passar horas caminhando e não emagrecer. Irrita-lhe ainda mais ver algumas mulheres magérrimas em caminhadas distraídas, como se não estivessem nem aí para as gorduras. E não estão porque não há gorduras. Sempre achei que as magras vão fazer caminhadas apenas para se exibir. Enquanto as que realmente precisam perder peso suam, penam e fazem todo o tipo de sacrifício —incluindo aí o fechar de bocas — as magras fingem obesidade inexistente apenas para esnobar. Vão assim, quase paradas, em ritmo que não conseguiriam perder nem pensamento, quanto mais tecido adiposo. Desfilam suas belas formas para o resto dos pobres mortais que verdadeiramente precisam de um regime. No rosto o olhar esnobe, como quem diz: “vão ter que suar muito para chegar até onde cheguei”. Nesse quesito concordo com a minha amiga: deveriam ser proibidas as caminhadas esnobes para quem não precisa perder peso. Tudo bem, em nome da beleza algum espertinho poderia dizer que as praias ficariam mais feias. Concordo. Mas acho que as magras jogam pesado demais —sem duplo sentido— com as gordinhas.
This entry was posted on 2 de janeiro de 2006 at 9:21 AM. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.
# by Carlos - 8:42 PM
E assim caminha a humanidade... :) Abraço.
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