A Taça do Mundo é Nossa

Sim, sou fascinado por Copa do Mundo. Mais do que isso. Sou como todo brasileiro que, a cada quatro anos, põe as esperanças nos pés dos jogadores da Seleção. Sei que quando acontece de os pés de algum deles ficarem com bolhas, meu sonho corre o risco de ir por água abaixo. Mas sonho – a não ser o da padaria – não custa nada.

Alguns até custariam, caso virassem realidade. Como o que teve o meu amigo Márcio. Viciado em futebol, eis que, às vésperas da Copa do Mundo, sonhou que trafegava por uma vasta avenida levando como passageiros os dois maiores jogadores do Brasil. Estavam lá, no banco traseiro do veículo, Ronaldo Gaúcho e Ronaldo Fenômeno.

Pareciam felizes. Pelo menos não conseguiam esconder os dentes. E o meu amigo observando tudo pelo retrovisor do veículo. De repente começou a imaginar como o cabeleireiro do Ronaldo Gaúcho tinha feito um bom trabalho. A ponto de as atenções se voltarem para as suas madeixas. Ninguém se referia ao jogador pelos dentes, como antes. Agora, era conhecido pela cabeleira que o deixava até simpático. Aquilo sim era um fenômeno.

Ia tão centrando nos pensamentos que não viu o portão a sua frente. Acertou em cheio. Confusão no carro. Os dois maiores atletas brasileiros machucados. O sonho do hexa indo pros quintos. A culpa era do Parreira, pensou. Mas de repente, em pleno sonho, viu o P enchendo a barriga e se transformando num imenso B. A culpa era na verdade da Barreira em frente, percebeu. Um muro, que nem de Berlim era.

Pensou nos que os amigos lhe diriam. Sem os dois jogadores, dificilmente o País ganharia a Copa. E eles perderiam o bolão que fizeram na repartição. Ouviu o Galvão Bueno jogando impropérios contra ele. A mulher o culpando pelo acidente. O Plantão da Globo estampando sua foto em cadeia nacional. E ele indo pra uma cadeia pública.

Tentou olhar para o banco de trás do automóvel completamente destruído. Os dois jogadores estáticos. A pancada na boca destruiu-lhes os dentes. Não poderiam mais comer a bola na Copa. Mas até que ficaram bonitinhos, pensou. Estava a ponto de enlouquecer quando alguém lhe apareceu do nada e insinuou que aquilo tudo era uma grande conspiração, armada pela montadora do carro de origem alemã.

Foi montando um quebra-cabeças, enquanto a cabeça dos atletas continuavam quebradas. Tentou falar com alguém na Alemanha, mas só sabia dizer que ‘as aftas ardem e doem’. Foi salvo pelo despertador paraguaio, no exato momento em que investigadores chegavam ao local do acidente.

Supersticioso como todo brasileiro, a primeira providência que fez ao acordar foi trocar de carro. Fez negócio com um vizinho argentino por um modelo de fabricação coreana, numa transação que ele julgou da China. Tão vantajosa que recomendou o vendedor a todos os amigos. Um tal de Não-Sei-o-Que Tevez, nome que jura já ter ouvido falar não sabe de onde...

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    # by Anônimo - 8:29 AM

    Nealdooo!! Caramba, vc é mt bom, viu? Bolei de rir!!! Bjão, Lua.

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    # by Anônimo - 5:40 PM

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk coitados dos 3. O bixinho supersticioso e os fenômenos
    Beijos Neo