Saciedade de consumo
Não se sabe ao certo quando tudo começou. Há quem diga que foi lá pras bandas do antigo Oriente, em época incerta. O fato é que desde que surgiu, a prática do consumo deixou muita gente desorientada nos quatro cantos do mundo. Começou com um escambo inocente e descambou para algo incontrolável. Ou seja: ainda num tempo bem remoto, as pessoas já perdiam o controle no momento das compras.
É verdade que com o passar do tempo criou-se o relógio, uma novidade da hora que tinha por função deixar as pessoas nos eixos. Mas para isso, era preciso gastar tempo (que é dinheiro no dito popular). O de pulso foi inventado por Santos Dumont, que devia estar com a cabeça nas nuvens na ocasião. No Ocidente apareceu o Orient, um objeto que foi amplamente consumido por todas as classes sociais. Embora não fosse um Rolex, teve gente que não viu a hora de colocar um no pulso. E acabou agindo por impulso.
Dos pequenos desejos para os grandes sonhos de consumo, foi um pulo. Ter ou não ser, eis a questão. Quando a coisa já estava perdida, inventaram umas leis de defesa do consumidor – que ficou ainda mais perdido porque elas vieram em código. Mas antes delas, quando havia incompatibilidade na relação de consumo, o jeito era reclamar ao Papa. Havia casos, porém, que nem com sumo Pontífice se resolvia.
Hoje, conheço pessoas que dão o sangue para comprar uma TV de plasma. E acabam tendo problema de válvula – a mitral – quando vêem a conta. Por isso digo de coração que prefiro os aparelhos a transistores. Para mim, não adianta nada ter televisão de plasma ou tela plana se a programação da TV é normalmente chata. Entretanto, quem adquiriu o sonho de consumo de 42 polegadas garante que não é bem assim. Que basta mudar de canal e tudo se resolve. O problema é que pesquisas dão conta que mudar de canal dá mancha. Na tela. Por isso, há quem já verteu um oceano de lágrimas de desgosto.
A mania de consumo anda tão desenfreada que até mesmo plano funerário está vendendo bem, mesmo com os preços pela hora da morte. Antigamente, meu pai dizia que o bom mesmo era fazer uma poupança na Caixa. Hoje, vivo é quem investe em caixão (vou logo confessando que não tenho intenção de ir morar num campo santo nem tão cedo. Prefiro a Vila Belmiro, que é o campo do Santos, onde o Pelé imortalizou o Gol de Placa).
Na verdade, tento ser econômico com o pouco que ganho. Não costumo, por exemplo, gastar os olhos da cara comprando óculos da moda. Até porque, em se tratando de óculos, prefiro comprar à vista. Aliás, quando se trata de consumo mesmo, fico com a postura de um amigo, cujo único desejo era ser dono de bordel. Diferente de todo mundo, no fundo ele queria apenas realizar o sonho da casa imprópria.
É verdade que com o passar do tempo criou-se o relógio, uma novidade da hora que tinha por função deixar as pessoas nos eixos. Mas para isso, era preciso gastar tempo (que é dinheiro no dito popular). O de pulso foi inventado por Santos Dumont, que devia estar com a cabeça nas nuvens na ocasião. No Ocidente apareceu o Orient, um objeto que foi amplamente consumido por todas as classes sociais. Embora não fosse um Rolex, teve gente que não viu a hora de colocar um no pulso. E acabou agindo por impulso.
Dos pequenos desejos para os grandes sonhos de consumo, foi um pulo. Ter ou não ser, eis a questão. Quando a coisa já estava perdida, inventaram umas leis de defesa do consumidor – que ficou ainda mais perdido porque elas vieram em código. Mas antes delas, quando havia incompatibilidade na relação de consumo, o jeito era reclamar ao Papa. Havia casos, porém, que nem com sumo Pontífice se resolvia.
Hoje, conheço pessoas que dão o sangue para comprar uma TV de plasma. E acabam tendo problema de válvula – a mitral – quando vêem a conta. Por isso digo de coração que prefiro os aparelhos a transistores. Para mim, não adianta nada ter televisão de plasma ou tela plana se a programação da TV é normalmente chata. Entretanto, quem adquiriu o sonho de consumo de 42 polegadas garante que não é bem assim. Que basta mudar de canal e tudo se resolve. O problema é que pesquisas dão conta que mudar de canal dá mancha. Na tela. Por isso, há quem já verteu um oceano de lágrimas de desgosto.
A mania de consumo anda tão desenfreada que até mesmo plano funerário está vendendo bem, mesmo com os preços pela hora da morte. Antigamente, meu pai dizia que o bom mesmo era fazer uma poupança na Caixa. Hoje, vivo é quem investe em caixão (vou logo confessando que não tenho intenção de ir morar num campo santo nem tão cedo. Prefiro a Vila Belmiro, que é o campo do Santos, onde o Pelé imortalizou o Gol de Placa).
Na verdade, tento ser econômico com o pouco que ganho. Não costumo, por exemplo, gastar os olhos da cara comprando óculos da moda. Até porque, em se tratando de óculos, prefiro comprar à vista. Aliás, quando se trata de consumo mesmo, fico com a postura de um amigo, cujo único desejo era ser dono de bordel. Diferente de todo mundo, no fundo ele queria apenas realizar o sonho da casa imprópria.
This entry was posted on 8 de setembro de 2006 at 4:29 PM. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.
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