Tapa de Humor

Esta me foi contada pelo Luís Villar, enquanto aguardávamos um entrevistado nalgum lugar que não me lembro. (Aviso desde já, que as peripécias da personagem não estão descritas nem em A Arte de furtar - um livro anônimo do século XVIII que analisada uma série de situações e tipos de ladrão). O caso se deu assim: um vigilante deixou seu emprego à meia-noite num grande shopping de Maceió, levando no bolso todo o pagamento do mês. Estava no ponto de ônibus esperando o transporte que o levaria para casa quando um homem apareceu do nada e, armado até os dentes - apesar de ser banguela - apontou o revólver para a cabeça do rapaz e pediu a sua carteira. Com medo, o vigilante entregou o objeto recheado de reais. "Se se mexer, eu atiro", avisou o gatuno. E saiu tranquilamente. Andou dez metros, olhou pra trás - o vigilante sentado no ponto, ainda sem saber direito o que tinha acontecido - e deu meia-volta. "Passe a calça!", ordenou o assaltante, igualmente apontando a arma. "Mas não posso ir pra casa nu", respondeu, indefeso, o vigilante. "Passe a calça, logo!", gritou. "Por favor...". O assaltante pensou um instante e sentenciou: "Está bem, vamos trocar de calça. Dê-me a sua e eu lhe dou a minha". E assim fizeram. E mais uma vez o assaltante saiu dando o seu recado. "Se se mexer eu atiro". Não se mexeu o pobre vigilante. Ficou sentado até avistar um ônibus, o último da noite. Levantou-se do banco atônito, deu com a mão e esperou o motorista abrir a porta do coletivo. Aparentando nervosismo, foi logo contando: "Moço, será que dava pro senhor me dar uma carona até o Jacintinho? Acabo de ser assaltado", disse, pondo a mão no traseiro da calça para mostrar o bolso vazio. Qual não foi a sua surpresa ao perceber o volume no bolso. Ao puxar, viu a sua carteira intacta, com todo o dinheiro. No momento de trocar as calças, o assaltante simplesmente esqueceu de tirar a carteira recém-roubada...