"Os Cavaleiros de Outono”
– Sempre que estou triste, vejo o mundo através das recepções dos hotéis – ele disse para o homem sentando com o jornal aberto e os pensamentos fechados na leitura matutina. – Você já reparou que ninguém entra num hotel consternado? –, continuou, olhando, através das vidraças, a linha do horizonte que costurava o azul celeste e o verde do mar.
– Nem sai de um igualmente triste – respondeu o outro, o olhar preso na página policial.
– A felicidade mora na recepção dos hotéis, e examina o mundo com ares de turista, sentada numa poltrona, como estamos nós agora. A felicidade não sobe pros quartos, onde há espaço pro cansaço. Ela prefere observar as pessoas entrando e saindo com malas, como se trouxessem, em cada uma delas, mudas de roupas floridas, a falar da alegria de seus donos...
This entry was posted on 17 de fevereiro de 2012 at 4:58 PM. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.
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